terça-feira, 16 de outubro de 2012

Preconceito - Momento Espírita



 
Momento Espírita
Preconceito
 
Aconteceu num voo da British Airways entre Johanesburgo, na África, e Londres, na Inglaterra.
Uma senhora branca, de uns cinquenta anos, senta-se ao lado de um negro.
Visivelmente perturbada, ela chama a comissária de bordo.
Qual é o problema? - Pergunta a moça.
Mas, você não está vendo? - Responde a senhora. Você me colocou ao lado de um negro. Eu não consigo ficar ao lado de gente desta classe. Quero que você me dê outro assento.
Por favor, acalme-se. Quase todos os lugares deste voo estão tomados. Vou ver se há algum lugar disponível.
A comissária se afasta e volta alguns minutos depois.
Minha senhora, como eu suspeitava, não há nenhum lugar vago na classe econômica. Conversei com o comandante e ele me confirmou que não há mais lugar na classe executiva. Entretanto, ainda temos um assento na primeira classe.
Antes que a senhora pudesse fazer qualquer comentário ou esboçar um gesto, a comissária continuou:
É totalmente inédito o fato de a companhia conceder um assento de primeira classe a alguém da classe econômica. Contudo, dadas as circunstâncias, o comandante considerou que seria verdadeiramente vergonhoso alguém ser obrigado a se sentar ao lado de uma pessoa intratável.
E, dirigindo-se ao senhor negro que, até aquele momento ficara sempre calado, ouvindo as agressões da senhora, que parecia tão distinta, a comissária complementou:
Senhor, se for de sua vontade, faça o favor de apanhar os seus pertences e me acompanhar. Eu o encaminharei para um assento na primeira classe, que está à sua espera.
E todos os passageiros ao redor, que acompanhavam a cena, muito chocados, levantaram-se e bateram palmas.
*   *   *
O preconceito é próprio dos orgulhosos. Expressa, em verdade, a estreiteza de visão da criatura.
Todos os seres humanos são formados dos mesmos elementos. Têm as mesmas necessidades, como seja de comer, beber, dormir, amar e sonhar.
Não há, pois, motivo algum para que alguém se julgue mais importante ou superior a quem quer que seja.
Qual a importância da cor da pele? Se apagarmos as luzes de uma sala cheia de pessoas e nos tocarmos no escuro, saberemos distinguir os brancos dos negros e esses dos amarelos?
Se chegássemos em uma aldeia indígena, onde os seus componentes jamais tivessem visto um homem branco, eles nos estranhariam. Reclamariam da palidez da nossa pele e seríamos ali um elemento muito diferente.
Que se diria se, em um canteiro de rosas viçosas, abertas, perfumadas, as de cor vermelha, aveludadas, desprezassem as amarelas? Não acharíamos grande tolice?
Pois o mesmo se aplica aos seres humanos.
*   *   *
A única superioridade que devemos perseguir, com ardor, é a superioridade moral.
Ela nos conferirá fraternidade, amor e justiça, afastando de nós todo preconceito, egoísmo e orgulho, porque nos elevará à condição de verdadeiros filhos de Deus.
 
Redação do Momento Espírita, com base no
artigo
Racismo, de autoria desconhecida.
5.9.2012.


Cego de Jerico - Momento Espírita




Cego de Jericó
 
O Evangelho de Lucas contém a passagem do cego de Jericó.
Segundo ele, perto de Jericó, havia um cego assentado junto do caminho, mendigando.
Ao ouvir passar a multidão, perguntou o que era aquilo.
Responderam-lhe que Jesus, o Nazareno, passava.
Imediatamente o cego clamou, dizendo:
Jesus, filho de David, tem misericórdia de mim.
Os que passavam o repreendiam para que se calasse.
Mas ele clamava ainda mais alto pela misericórdia do Cristo.
Então, Jesus parou e mandou que lhe trouxessem o pedinte.
Quando esse foi posto ao Seu lado, indagou o que queria que lhe fizesse.
O cego respondeu: Senhor, que eu veja.
Jesus lhe disse: Vê; a tua fé te salvou.
O mendigo, imediatamente, passou a ver e a seguir Jesus, glorificando a Deus.
*   *   *
Essa narrativa enseja interessantes reflexões.
Retrata qual deve ser o propósito dos seres em evolução, perante as bênçãos celestes.
Um miserável se encontrou com o representante da Misericórdia Divina na Terra.
Nessa oportunidade tão magnífica, ele pediu para ver.
O objetivo desse cego honesto e humilde deveria ser o de todos os homens.
Mergulhados na carne ou fora dela, com frequência, se assemelham ao pedinte de Jericó.
O trabalho da vida os chama, apela por eles com veemência.
A luz do conhecimento os abençoa.
O afeto da família os sustenta.
As oportunidades se apresentam, instigantes e preciosas.
Mas eles permanecem indecisos, à beira do caminho.
Quedam inertes, sem coragem de marchar para a realização elevada que lhes compete atingir.
É como se esperassem facilidades imensas.
Como se o trabalho do bem devesse ser feito por privilegiados.
Nesse contexto de preguiça e covardia, por vezes, surge uma revelação espiritual.
De algum modo, dá-se a aproximação com a esfera psíquica do Cristo.
Então, o mundo se volta contra eles.
Esse movimento repressor pode se dar das mais variadas formas.
Pode ser na figura de convites a viver com leviandade.
Ou mediante o discurso desanimador quanto à vitória do bem.
De um modo ou de outro, eles são induzidos à indiferença para com o bem maior.
Então, muito raramente sabem pedir com sensatez.
Por isso mesmo, é muito valiosa a recordação do pobrezinho referido pelo evangelista Lucas.
Não é preciso e nem conveniente comparecer diante do Mestre com volumosa bagagem de rogativas.
Não é sensato pedir por facilidades, influências ou riquezas as mais diversas.
Basta que se lhe peça o dom de ver, com a exata compreensão das particularidades do caminho evolutivo.
Que o Senhor conceda o dom de enxergar todos os fenômenos e situações, pessoas e coisas, com amor e justiça.
Com esse dom, cada qual possuirá o necessário à própria alegria imortal.
Pense nisso.
 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 44, do livro Caminho, Verdade e Vida, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de
Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.
Em 31.08.2012.

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